quarta-feira, 9 de maio de 2012

Do Bullying a Marine Le Pen.

No rescaldo das eleições presidenciais francesas, protagonizadas pela elevada percentagem do partido de extrema-direita de Marine Le Pen a primeira volta, venho debruçar-me sobre o tema do Bullying xenófobo e das suas consequências.





No último ano, muito de passou que influenciou os resultados e os  protagonistas destas eleições, mas para o caso em questão, um acontecimento, em particular, justifica a atenção.

Toulouse, Março de 2012, o um jovem Francês assassina quatro pessoas numa escola judaica, tendo depois reivindicado em nome da Al-Qaeda o ataque e também o assassínio de mais 3 pessoas…



Este rapaz, nascido e crescido em França, como chega ao ponto de ter tanto ódio ao seu país e as suas gentes, a ponto de matar?

O problema é mais remoto, vindo do tempo das incursões de Napoleão ao Egipto, com as colonizações francesas no Norte de África e no final da 2ª grande guerra, com algumas ocupações francesas; entre outros motivos, estes geraram diversos laços e casamentos que permitiram emigração para França de muitos naturais destes países, alguns deles maioritariamente islâmicos.

Com a campanha de odio a todos os árabes, originada pelo 11 de Setembro de 2001, todas as crianças com semelhanças á etnia árabe foram alvo de algum tipo de comparações terroristas, provenientes de bullying.

Uma etiqueta deste género numa criança é extremamente marcante e por muito que se consiga livrar dela e formar um grupo, os resquícios que ficam na memoria, e uma viagem a um campo de treino de operacionais, acredito que seja mais que suficiente para recuperar o ódio tido em criança.

Os Franceses estão assustados, e em vez de verem a comunidade emigrante a diminuir, veem-na a aumentar, tomando conta de cidades, impondo os seus costumes.

Em 2010, Sarkozy conseguiu proibir o uso de burca, em ruas e locais públicos, um ato que gerou descontentamento na comunidade muçulmana, e rejubilo pelos extremistas, mas não foi suficiente, já na altura um parisiense dizia na TV “Marselha já não é França” sobre o elevado número de imigrantes na cidade da Cote D’Azur.

A ideia poderia ter dado votos a Sarkozy por parte dos extremistas, mas o caso de Mohamed virou o jogo, assustou os franceses, e Sarkozy não estava a ser eficiente a defender a nação contra os Terroristas.



Marine Le Pen, ofereceu essa solução aos franceses, o nacionalismo extremista, no entanto elogiou algumas comunidades de emigrantes, a portuguesa por exemplo, mas não são os portugueses ou outros europeus que os franceses têm medo, mas sim dos árabes, dos muçulmanos terroristas como os americanos publicitam nos media e videojogos, no entanto estes já são franceses nascidos de 1ª e 2ª geração só se parecem como Árabes, quem os torna violentos e extremistas, não é a etnia, não é os jogos, não é a religião, mas o xenofobismo e o bullying.

O resultado de Marine Le Pen, não chegou para ir a segunda volta, François Hollande é o novo presidente francês, será um triunfo ingrato, alem de lidar com a crise económica do euro e da europa, do perigo das agencias de rating, ainda terá que lidar com o barril de pólvora do xenofobismo islâmico, poderia acontecer em qualquer pais, mas começou na França e a atuação de Hollande será o exemplo a seguir para o mundo ocidental, resta saber se será um exemplo do que se deve fazer ou do que não se deve fazer.



Temo que o lema “Liberté, Egalité, Fraternité” já não tenha o mesmo significado para os franceses, será que Hollande já se apercebeu?

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