quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E se Portugal sair do €uro?


Numa altura em que cada vez mais se fala numa eventual saída do nosso País da Zona €uro pondero esta eventualidade e algumas das suas implicações na vida económica dos portugueses.

Podemos desde já “tirar o cavalinho da chuva” que não voltamos a ter 1€ a valer 200$ (escudos), como em 1998/2002, se numa primeira cotação, começarmos com 500$ a valer 1€ já nos poderemos dar por contentes.

Independentemente da cotação, uma coisa é certa, iríamos perder muito poder de compra lá fora, o financiamento externo tornar-se-ia extremamente difícil  bem como o pagamento do que ainda devemos, em contrapartida os nossos produtos serão mais competitivos na vertente preço e procura, o que resultaria num forte impulso às exportações e a tão desejada diminuição do desemprego.

Mas podemos viver só do que produzimos? Somos auto-suficientes? Não!
Com uma moeda fraca seriamos "obrigados"  a aumentar o consumo de produtos portugueses, devido ao aumento de preço das importações, o que é encarado como um impulso aos produtores nacionais, neste prisma os elevados custos de importar não parecem assim tão maus até se pensar no petróleo.

Para um país, que tem como (único) meio de transporte o rodoviário o aumento do preço da gasolina é uma variável que pode complicar o escoamento do produto. A subida dos preços do combustível eventualmente irá se reflectir no produto final, e continuará este a ser competitivo? Talvez sim, mas é outra incógnita.

O consumo privado já muito retraído, irá retrair ainda mais, com todo o dinheiro a ser convertido para escudos o salário não terá o mesmo rendimento ao fim do mês, as pessoas simplesmente assustar-se-ão com o preço do seu café.

Eventualmente haverá uma redução de alguns impostos para compensar (a longo prazo), mas confiamos assim tanto no Excel do nosso Governo?

As variáveis são tantas que temo as consequências reais.

Há quem afirme que esta "troca de moeda" já estará em estudo/andamento, assustam-me que possa ser verdade, a acontecer o ajustamento será preparado secretamente e a mudança será súbita para evitar a corrida aos bancos para levantar €uros.

No Médio\Longo prazo ao termos a soberania monetária poderíamos aplicar políticas monetárias mais eficientes, mas e até la? Aguentaremos?

Ai Aguentaremos, aguentaremos…

Pobres, muito mais pobres...salários mais baixos, a divida convertida iria aumentar, a produção de mais moeda iria desvaloriza-la cada vez mais, e o acesso ao mercado exterior ficaria cada vez mais caro e longínquo…um fantasma surgiria do estigma de uma iminente crise social astronómica, mas desta vez sem cravos…

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